quarta-feira, 30 de maio de 2012

Cine CCBEU comemora 3 anos com sessão especial

 
O último dia 21 marcou exatos 3 anos desde que a sessão de "O Poderoso Chefão" inaugurou uma das parcerias mais frutíferas da APJCC. A trilogia de Francis Ford Coppola foi apenas o ponto de partida do Cine CCBEU. A trajetória inclui obras de diretores ilustres, outros nem tanto, alguns elogiados pela crítica, outros mais considerados pelo público. A todas, foi dado o direito de exibição e debate, direitos mínimos de toda obra audiovisual.

Tendo o debate como foco, é de forma coerente a essa postura, a do diálogo, que os filmes da sessão de aniversário sempre foram escolhidos. Das outras duas vezes, o público escolhia o diretor e a curadoria do cineclube, representada pela figura de Miguel Haoni, selecionava o filme. Com Haoni longe por motivos acadêmicos, nos últimos meses a tarefa de levar o Cine CCBEU adiante está nas mãos de Max Andreone e Tiago Freitas. Eles fizeram algo diferente dessa vez: lançaram já os filmes para votação. O público escolheu, no blog do Cine CCBEU, entre Fogo contra fogo, Orgulho e Preconceito, O lutador, Gran Torino e Batman - O cavaleiro das Trevas. 
Depois de várias reviravoltas e 308 votos, o público optou pelo cavaleiro de Gothan. Sendo assim, é o filme de Christopher Nolan o prato principal da próxima quinta-feira, 31 de maio, a ser exibido com projeção em blu-ray com projetor de alta definição. Mas, como é festa, há também sobremesa. Após a sessão, será realizado um quiz com perguntas relativas aos filmes que já passaram pelo cineclube. Os presentes poderão ser agraciados com brindes, incluindo livros sobre cinema e camisetas.
 
Sobre o filme:
Ao contrário do que a maioria grita, em tempos de febre Batmaniana nos cinemas, nunca fui adorador do personagem. O homem-morcego não chamava minha atenção nos quadrinhos, nem em desenhos e muito menos nas capengas e soporíferas adaptações para a tela grande. Quando menor o que preenchia minhas noites de insônia ou era uma edição da MAD, ou uma das aventuras do malandro Zé Carioca. Um sujeito chamado Christopher Nolan, diretorzinho que sempre procurava algo - mas só achava a bagunça generalizada em seus filmes - deu um sopro de vida não aos personagens, mas sim, à obra.
Fez de “Batman- Cavaleiro das Trevas” uma tábua de salvação. A Obra perniciosa, nociva e pesada encontra aquele cinema querido, que muitos cinéfilos sentem falta: o cinemão. Obras que possuem fôlego e vigor narrativo, e que não esquecem que mesmo em um terreno distante do autoral, a possibilidade de criação alcança patamares até não desejados por seus criadores. Esse é o caso que, felizmente, toma conta de Nolan e de “Batman- Cavaleiro das Trevas”.
A abertura do filme demonstra que a mão do diretor sofria de uma benção necessária: a câmera segue em travelling vertiginoso em direção a um arranha-céu, a vidraça é estilhaçada. Ladrões mascarados tomam de assalto um banco. Homens matando uns aos outros. A seqüência por mais simples que possa parecer, contém toda a modulação do mal, por qual a obra vai espernear o tempo inteiro. A loucura se instaura. O tom policial, humanista, realista, e doentio, trata de dar alimento ao embate, não entre Batman e Coringa, não entre o comissário Gordon e a corrupção de Gothan, mas sim entre o ser humano e sua derrota.
O campo é aberto para o ser humano e suas dores. Coringa altera a origem de suas cicatrizes a todo o momento. Batman renega salvar seu grande amor por um bem ‘maior’. Gordon participa de uma farsa que provoca reações negativas em sua família. Dois barcos e dois detonadores. Está armada a confusão: um leva os civis, pessoas de dignidade e de boa conduta, o outro, carrega a escória da humanidade, assassinos. Nolan ‘aborta’ o desfecho crucial do incrível set-piece às avessas. Mas aí já era tarde demais. O ser humano se encarrega de mostrar, cada qual, a sua essência. Nolan participa do jogo alterando e manipulando sabiamente o espaço entre os personagens. Esse espaço estrutural, vindo dos filmes de gênero, encurta a distância entre os filmes de entretenimento e “filmes artísticos”. “Batman-Cavaleiro das Trevas” cospe em nossa cara a assertiva do sublime Fritz Lang: “somos todos filhos de Caim”. Nunca foi tão saboroso sentir o doce sopro, herdado do assassino de Abel.

Aerton Martins-APJCC 2008

País: Estados Unidos/Reino Unido
Duração: 152 minutos
Ano: 2008
14 anos

Serviço:
Sessão da Plateia Especial de 3 Anos de Cine CCBEU
Dia 31 de Maio, quinta-feira às 18h30
no Cine Teatro do CCBEU
(Travessa Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cine GEMPAC e Art Malha
Curadoria: Tiago Freitas e Max Andreone

Mais informações:
E-mail: cineccbeu@gmail.com
Twitter da APJCC
Facebook

terça-feira, 22 de maio de 2012

 Cine CCBEU apresenta "O Massacre da Serra Elétrica", de Tobe Hooper



 “O Massacre da serra elétrica” figura no panteão do cinema de horror por uma série de bons motivos. Suas qualidades técnicas (mesmo com o baixo orçamento) são muito eficientes: a utilização de planos em espaços abertos e fechados cria um contraste fabuloso entre as cenas, o som como elemento simbólico que sugere um matadouro durante as mortes, a decupagem nos desorientando nos momentos de tensão, um subtexto sobre família e o fim do sonho americano, em suma, o filme possui uma das atmosferas mais perturbadoras de todos os tempos. Mesmo com todo esse apuro cinematográfico, ele ainda é alvo de escárnio e desinteresse por povoar a sempre “maldita” galeria do cinema de horror onde mestres perecem sem o devido reconhecimento. Resumir “O Massacre da serra elétrica” em ”grupo de jovens em viagem é atacado por família de maníacos canibais,” não suporta sua significância, tampouco a influência que ele projeta sobre jovens cineastas que ao som da moto-serra descobriram, em 24 quadros por segundo, a face do medo.

Max Andreone - APJCC




País: Estados Unidos
Duração: 102 minutos
Ano: 1974
16 anos


Serviço:
Dia 24 de Maio, quinta-feira às 18h30
no Cine Teatro do CCBEU
(Travessa Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cine GEMPAC
Curadoria: Tiago Freitas e Max Andreone

Mais informações:
cineccbeu.blogspot.com
E-mail: cineccbeu@gmail.com
Twitter da APJCC
Facebook

quinta-feira, 17 de maio de 2012


Cine CCBEU apresenta "Natal Sangrento", de Bob Clark



“Black Christmas” é considerado por muitos o nascimento do Slasher moderno, pois toda iconografia do gênero esta lá: câmera subjetiva, os telefonemas ameaçadores, limitação do espaço onde os crimes ocorrem, a data comemorativa e a cereja do bolo... a garota sobrevivente! Quando Bob Clark dirigiu “Black Christmas” em 1974, antecipou elementos da mitologia slasher quatro anos antes de “Halloween”, de John Carpenter e seis anos antes de “Sexta-feira 13” estabelecerem o slasher como gênero. O filme paira sobre uma muralha de tensão, a visão do assassino à espreita antecipa o terror por vir. Um rosto envolto em celofane, sentado em uma cadeira de balanço, sua boca escancarada, estampa a atmosfera claustrofóbica que o filme emana. Mesmo depois que o filme acaba ainda é possível sentir o olhar do assassino na fresta da porta.


"Agnes, it's me, Billy.

Max Andreone - APJCC 2012



País: Canadá
Duração: 104 minutos
Ano: 1974
16 anos

Serviço:
Dia 17 de Maio, quinta-feira às 18h30
no Cine Teatro do CCBEU - Travessa Padre Eutíquio, 1309
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cine GEMPAC


Mais informações:
E-mail: cineccbeu@gmail.com
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terça-feira, 8 de maio de 2012



Cine CCBEU apresenta "Por trás da máscara", de Scott Glosserman‏

 

Quando Hitchcock leu o roteiro de “Psicose,” ao chegar à clássica cena do chuveiro, ele disse: “isso é um começo.” As proféticas palavras do mestre apontavam o futuro de um sub-gênero que se estabeleceria nas produções americanas da década de 70 e 80. O Slasher nascia. Sua estrutura narrativa descendia de dois filmes: “Psicose” e “A tortura do medo.” O slasher nunca morre (assim como Freddy e Jason), entre altos e baixos ele sempre retorna ou renasce em incontáveis e “profanos” remakes. “Por trás da máscara” coloca o gênero no divã, expõe seus métodos, passeia por sua mitologia e se apresenta como o guia absoluto do gênero. 

Max Andreone - APJCC 2012


País: Estados Unidos
Duração: 91 minutos
Ano: 2006
16 anos
trailer: http://www.youtube.com/watch?v=1tNrvDA_eE8

Serviço:
Dia 10 de Maio, quinta-feira, às 18h30
no Cine Teatro do CCBEU - Tv Padre Eutíquio, 1309
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cine GEMPAC
Curadoria: Tiago Freitas e Max Andreone

Mais informações:
E-mail: cineccbeu@gmail.com
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